sábado, 30 de março de 2013

Da necessidade de salvar putaria

Meu HD morreu outro dia. Sem nenhuma salvação, de acordo com o pessoal da assistência técnica.

Caso queiram saber, invadi um velório só pra tirar esta foto. E enterrar o HD perdido.

Não sei o quanto confio no diagnóstico deles, mas não é como se eu tivesse escolha. O problema é que eu fiquei meio nóia depois da história de chantagem que aconteceu com o Penn, onde o pessoal da assistência técnica do note dele ameaçou ele de publicar “fotos indecentes” caso ele não pagasse o que pediam (isso que ele já apareceu pelado na TV) (nota sobre o link: ele contou essa história num dos podcasts dele, acho que peguei o episódio certo, não tenho certeza).

Mas não estou aqui para falar de funcionários inescrupulosos de assistências técnicas, mas dos arquivos que eu perdi. Mais especificamente, os quinze gigas de putaria que eu tinha salvo.

Quinze gigas é pouco, até. Teve época que minha coleção chegava perto dos oitenta. E imagino que muita gente tenha mais de um tera de putaria.

Isso que eu nem salvo muitos vídeos, a maior parte da minha coleção sempre foi hentai. Um puta monte de mangá de putaria - sim, eu me masturbo pra desenhinhos.

Se bem que não tenho culpa que algumas são desenhadas assim.

Só que fazem alguns anos que eu tenho deixado de salvar putaria. Comecei a “ler” online os hentais, assim como vejo vídeos em streaming. A não ser que seja um mangá de mais de 100 páginas ou um vídeo de mais de meia hora, eu vejo online ao invés de baixar e salvar. E o mangá ou o vídeo em questão tem que ser muito bom ou muito divertido para eu querer manter.

Mas ainda assim eu tinha uma coleçãozinha de putaria no meu mac (sim, eu conspurco meus produtos Apple com iPorn), e ela se perdeu para sempre com a morte o meu HD.

Só que nem uma lágrima foi derramada por essa perda.

Fiquei surpreso comigo mesmo. Nem liguei de perder a putaria toda. A maior parte das coisas não-putaria importantes eu tinha backup, então nem estressei, mas eu sempre fiz questão de NÃO fazer backup de putaria. Sei lá, me sentia muito loser de fazer isso.

Ou eu sempre soube, no fundo, o pensamento que eu materializei com a perda desse HD: não é mais necessário salvar putaria.

Sério, pra quê eu vou gastar espaço do meu HD com putaria? Deixem os milhares de servidores ao redor do mundo cuidar disso, eu acesso a putaria “on demand”.

O único problema disso é que, se acabar a luz ou der pau na internet, não tem como acessar a putaria. Na época da putaria analógica, sua coleção de revistas estava sempre disponível, não importa a situação. O mesmo não vale para a putaria digital - tanto que você perde tudo quando o HD morre.

Então, talvez, quem sabe, eu faça uma pastinha chamada “putaria de emergência” para quando estiver sem internet. Quando acabar a luz, sei lá, eu tento usar a imaginação ou ainda, quem sabe, faço o esforço hercúleo de me abster de putaria por mais de três horas (meu recorde são onze horas, vinte e dois minutos e quarenta e quatro segundos - fiquei tão desesperado que apelei depois para o Deviantart).

Ou foda-se.

Hora de encararmos a verdade.

Os tempos mudaram. Não precisamos mais salvar ou guardar putaria.

Porque a internet nos dá tanta, mas tanta putaria “on demand”, e dos mais diversos tipos e gostos, que não faz o menor sentido salvar qualquer coisa.

Afinal de contas, se tem algo que a ciência nos mostrou, é que nós enjoamos do mesmo tipo de putaria o tempo inteiro. É por isso que começamos com a Playboy e terminamos no “Blind Albine Egyptians Facializing Blonde Dwarves From Liechenstein 6: Special On Ice Edition”. Então, por que caralho salvar qualquer putaria? Vamos enjoar dela mesmo, e ela só vai ficar lá ocupando espaço do HD, até o dia que ele morre e perdemos ela.

Portanto, da próxima vez que estiver admirando suas pastas de putaria, pense se realmente vale a pena torrar o espaço do HD com isso. Guarda aqueles vídeos que têm um lugar especial no seu coração, como o “Dirty Sluts Synchronized Fucking Olympics - Atlanta 1996 Edition” (primeiro vídeo com mais de cinco minutos que você conseguiu baixar no Kazaa, quando ainda tinha internet discada), aqueles que te fazem rir, como o “The Simpsons - a XXX Parody” e, principalmente, aquele que “sempre funciona”, para dias que a internet não está muito inspirada (o fato de existirem certas putarias com essa classificação devia ser analisado como exemplo de comportamento monogâmico na raça humana - ou eu sou o único que tem isso?) e o resto que se foda.