segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Morcegos, aranhas e lidando com o que não funciona na HQ


Olá.

Voltei.

Nem pergunta.

Enfim. Vamos ao que interessa.

Vi The Dark Knight Rises. E gostei pra caralho. Muito bom pra cacete. Sensacional. Espetacular. Se você não viu, vá ver, ou leia os gloriosos spoilers que vou pôr neste post.

Não gostei mais que The Dark Knight, mas gostei muito, e de um jeito diferente.

No caso do The Dark Knight (de agora em diante chamado de Segundo), eu fui com uma espectativa razoavelmente alta e o filme deixou minhas expectativas no chinelo. Foi tipo uma corrida entre o Rubinho e [insira qualquer outro corredor de Fórmula 1 aqui]. O Coringa deu um puta show e eu realmente fiquei impressionado com a história, toda séria e tensa e etc. Enfim, não estou a fim de continuar babando ovo para o Segundo, mas ele fez o feito de superar minhas já altas expectativas, coisa muito rara de acontecer - já que eu possuo um olhar muito crítico e tenho a tendência a julgar profundamente cada detalhe dos filmes que assisto.

Como vocês percebem por aquele que considero o filme mais importante da minha vida.

Agora, no caso do The Dark Knight Rises (de agora em diante chamado de Terceiro), eu fui com uma expectativa bem baixa. Fui esperando um filme meh, algo próximo a Spider-man 3, mas um pouquinho melhor. E nem é por causa da sina do terceiro filme de super-herói (como visto em Aranha 3 e X-Men 3 - agora que estou pensando nisso, Motoqueiro Fantasma 3 vai ser um marco cultural lembrado por gerações, quando resolverem fazer), mas por causa da escolha do vilão.

Vejam bem, eu não gosto do Bane.

Eu realmente não gosto do Bane.

Eu odeio o Bane.

E não é porque ele quebrou a espinha do Batman nos quadrinhos ou coisa parecida. Aliás, eu sequer acompanho Batman nas HQs - li The Dark Knight Returns e tenho o Year One me esperando na estante, mas nunca li Batman pra valer. Meu principal contato com o Batman foi através da série animada de 1992 (20 anos atrás, estou me sentindo muito velho agora).

O meu problema com o Bane é que ele sempre me pareceu um exagero estúpido de moleque empolgado. Um personagem tonto criado por alguém de 13 anos de idade querendo maximizar a testosterona dele, querendo provar alguma coisa para alguém, ou inventando um poder novo toda vez que alguém apontava alguma fraqueza dele.

Tipo o processo criativo que gerou o Shadow e o Poochie.

Não, mas é sério. Ler a descrição dele na Wikipedia é um exercício de paciência com a mente púbere. Vou tentar resumir: forte como um elefante com esteróides, inteligente como o Stephen Hawking, fator de cura, memória fotográfica, fala seis línguas diferentes, é um mestre de disfarces, estrategista nível “jogador coreano de Starcraft”, criou um estilo próprio de arte marcial chamado “Derrota-Batman-Fu”, além de um de meditação e um de malhação e ainda consegue recitar as obras completas de Sheakspeare enquanto ganha uma corrida da Nascar num monociclo sob uma chuva de balas de uma minigun (como visto em Batman #738). E, nesse novo reboot, vão consertar o que faltava, tornando ele intangível, voador, imortal, psíquico, jogador profissional da NFL, rock star e capaz de se alimentar de qualquer fonte de carbono e cagar diamantes depois. Sem contar que em cada quadro que ele aparece tem uma gostosa diferente dando um boquete nele.

Sério, pensar no Bane me dá vontade de ver Sex & the City, de tanta testosterona burra acumulada num único personagem.

Deviam fazer um crossover dos dois, agora que estou pensando.

Isso que nem cheguei no pior de tudo, que é o motivo pelo qual ele não gosta do Batman: pesadelos com morcegos quando ele era criança. Sério.

Enfim, voltando ao Terceiro: eu acreditava que não importava o que o Nolan ou o Tom Hardy fizessem, não tinha como tornar esse personagem minimamente bom.

Mas…

MAS.

Eles conseguiram.

Caralho, não consigo acreditar nisso até agora.

Eles conseguiram fazer com que esse persongem ridículo, tonto, estúpido, babaca, vazio, desnecessário, retardado, patético e Jar Jar Bínkico ficasse fodão.

Ficou fodão ao ponto de que, quando é revelado que ele é só um brutamontes apaixonado seguindo o plano da mulher, fiquei decepcionado. Não por ele estar seguindo ordens de uma mulher, vejam bem, mas por não ter sido tudo idéia dele. Queria que ele fosse mesmo um estrategista nível “jogador coreano de Starcraft”, mas tive que me contentar com apenas “muito inteligente”.

E, quanto mais penso nisso, mais chego à conclusão que ele me pareceu fodão por terem jogado fora um puta monte de coisa das HQs, aliado a uma certa magia cinematográfica.

Primeiro, o que foi jogado fora.

Comecemos pelo químico com o nome mais original da história dos quadrinhos, o Veneno (Venom, no original). É a bomba que ele toma pelos tubinhos da máscara que deixam ele ainda mais forte. Trocaram por algo que, por mais que tenha seus problemas naquilo que chamamos de “mundo real”, é melhor que toda a baboseira do Veneno: Analgésicos. Pain-killers. Ou, como ia ser muito legal se tivessem os cojones para falar, Vicodin.

Pra quem não pegou a referência anterior. Do Vicodin. É o analgésico do House. Eu quis dizer que ia ser legal se o Bane fosse viciado no mesmo analgésico do House. Vicodin.

Basicamente, ele sentia dor o tempo inteiro por causa de uma doença degenerativa do puta monte de porrada que ele levou [Correção: viajei na maionese aqui, não sei daonde tirei essa história de doença] e o remédio não apenas aliviava a dor, como fazia com que ele ficasse mais resistente aos golpes do Batman, já que, bem, ele NÃO SENTE DOR.

Outra coisa que ajudou muito foi o fato de fazerem ele ter sido treinado pelo mesmo mestre do Batman. Precisa inventar o “Derrota-Batman-Fu”? Ser um exemplo grego clássico de preparo físico e muscular? Inventar que ele ficava puxando ferro enquanto tirava PhD em Astrofísica Teórica? NÃO. Por que ele consegue lutar pau-a-pau com o Batman? Porque ele passou pelo mesmo treinamento que o Batman. Ponto.

Quanto à questão dele ser inteligente, a questão toda se resume a “ele é inteligente”. Não é um Stephen Hawking ou um Neil deGrasse Tyson ou um Beakman. Ele é inteligente o bastante para liderar um grupo de terroristas e seguir um plano direito. Ele sabe falar Klingon? Não. Ele precisa falar Klingon? NÃO.

Enfim, jogaram fora um monte de lixo e mantiveram o mínimo necessário: um cara forte o bastante para enfrentar o Batman com um plano bom o bastante para estar sempre um passo à frente do Batman.

Que é, no fundo, a essência do personagem, ou o aparente propósito pelo qual criaram ele: alguém que desafiasse o Batman em dois níveis: físico e intelectual.

E, agora, aquilo que realmente fez TODA a diferença, a magia cinematográfica que realmente salvou e engrandeceu o Bane: a voz dele.

Você olha pro Spawn-Mucha-Lucha dos quadrinhos, e você imagina um cara com a voz do Homer ou do Patrick. Você olha pro cara do filme, você imagina uma voz meio Schuarza, ou ainda meio Stallonesca. Mas aí seus ouvidos são agraciados que aquele sotaque britânico smexy…

Pronto.

Você sabe que ele é bom. Você sabe que ele tem o completo controle da situação. Você sabe que ele é alguém que merece ser seguido numa operação terrorista.

Sério, não sei quem decidiu fazer essa coisa fria, calculista e britânica, se foi o Tom Hardy ou o Nolan, mas eles merecem um abraço. Que, se você tinha alguma dúvida que esse vilão conseguiria enfrentar o Batman, bem, agora você não tem mais nenhuma. E não é por causa da quantidade de veias saltadas nos braços dele, ou a quantidade de pêlos em torno dos mamilos dele, ou ainda por causa das citações da teoria das supercordas em aramaico. É porque ele é gente que faz - e que mostra que sabe o que está fazendo.

Engraçado, pois é o oposto dos dois vilões do Segundo, onde um é o caos e o outro deixa as decisões para a sorte e o acaso.

Resumindo: um filme bom baseado em uma HQ não é aquele que faz a HQ ao pé da letra, mas aquele que sabe jogar fora tudo que é ruim na HQ e contar sua própria história, mas sem desrespeitar o material original.

No caso do Bane, não havia muito o que respeitar mesmo, então foda-se.

Até tinha uma molecada de trinta anos fã de Batman na minha sessão reclamando da origem do Bane no filme, durante os créditos. Deu vontade de mostrar que o Bane da HQ é só uma resposta desesperada da DC ao sucesso do Spawn e do Venom (tirei isso do cu, não pesquisei mais que as datas de lançamento, podem me criticar à vontade) e que a origem lixo dele nos quadrinhos que vá a merda. Se a questão são personagens com medinho de morcego, prefiro o Panthro.

Enfim, depois de toda essa lambeção pra cima do Bane, vem agora minha outra crítica a algo relacionado a filmes de super-herói baseado em HQs.

Spider-man.

Mais especificamente, vamos falar de algo que eu abomino no universo do Spider-man: o atirador de teias.

Eu ODEIO o conceito do atirador de teias.

Consegue me irritar tanto quanto o Bane.

Mas é algo muito mais difícil de criticar, uma vez que existe desde a origem do personagem, nos idos de 1962. O Bane, por sua vez, é lixo dos anos 90, muitos fãs mais antigos e puristas do Batman também odeiam aquela aberração. Mas falar mal do atirador de teia é tipo questionar o incesto na bíblia - sempre esteve lá, você vai é irritar muita gente.

Se bem que eu estou no meu blog, então foda-se. Até porque, ao contrário de Batman que eu li um pouco, eu não li NADA do Spider-man, então vamos para a minha hipocrisia nível um milhão, já que eu não tenho tanta propriedade para falar mal do atirador de teia além do filme, do desenho animado dos anos 90 e o que eu pesquisei nas internets e perguntei para fãs do Aranha que eu conheço.

Seguinte: o atirador de teia é uma coisa muito estúpida. Diegeticamente estúpida.

Não é uma coisa estúpida enquanto um aparato de um herói fictício numa história voltada, a princípio, para crianças. Nesse sentido, é algo absolutamente brilhante. Ele permite a premissa de que, para você ser “quase” que nem o Spider-man, basta ter os atiradores de teia. Oficiais, da Hasbro. Ou seja , é algo extremamente “brinquedável”, como a capa do Superman, o escudo do Capitão América ou o anel do Lanterna Verde.

QUASE que nem o Spider-man. Quase.

Mas, indo além do ponto de vista capitalista do mundo real, ele ajuda com a fantasia de ser um super-herói - coisa que todos nós queremos ser. Se eu tivesse um atirador de teia, ia ser uma pessoa mais feliz. Não ia usar pra me balançar de prédio em prédio ou lutar contra o crime, mas usaria, e muito, para calar a boca e os celulares de gente escrota no cinema/ônibus/metrô. Iria usar pra lutar contra gente bosta.

Tendo dito isto, ele é um elemento muito burro dentro do universo do Aranha.

Não estou questionando ele conseguir construir o negócio, já que isso é importante para mostrar que o Parker é inteligente e consegue construir coisas (não que não existam outras duzentas mil formas de mostrar o mesmo), estou questionando o químico que (dependendo da versão) ele criou para as teias.

Sim, meu problema é o fluído de teia. E não é pelo paralelo que ele faz com esperma (como visto naquela famosa capa da Mary Jane coberta de fluído de teia). Minha birra com o negócio é que ele gera dois grandes problemas para o Aranha, a meu ver.

O primeiro, é que ele é “rastro”. Digamos que, basicamente, qualquer um (vilão, herói ou J. J. Jameson) consegue descobrir quem é o Spider-man por causa do fluído de teia. Nem estou pensando no caminho de teias à lá "João e Maria" que ele larga por NY, estou falando de conseguir uma amostra, analisar os químicos e observar quem compra altas quantidades disso. Pronto, você achou o Peter. The end.

O segundo, e muito mais importante, é a questão de que ele torna o Spider-man “comum”. A partir do momento que alguém consegue uma amostra do fluído de teia, é possível fazer a “engenharia reversa” (reverse engineering, não sei se existia o termo em português, mas agora existe) e replicar a torto e direito o fluído. Podemos ter Spider-cops, Spider-Thieves, Spider-Girl-Scouts e Spider-Playboy-Bunnies (alguém talentoso desenha esse último pra mim, por favor).

Ok, vamos dizer que é preciso o “senso-aranha” pra poder usar corretamente a teia e não sair se arrebentando pelos prédios. Mas, só com o fluído, podemos fazer, digamos, armas não-letais para as forças policiais do mundo. Ou uma versão médica para fechar ferimentos em emergências. Ou ainda uns estilingues muito loucos.

Mas tudo bem, só porque podemos fazer um puta monte de outras coisas com o fluído de teia, não quer dizer que poderia haver um outro herói que zumbeteasse por NY com a eficiência do Aranha.

Isso só quer dizer que poderíamos ter heróis MELHORES que o Aranha.

Pra começar: Iron Man. Se ele quisesse, o Tony Stark podia fazer um atirador de teia e acoplar na armadura dele. Pronto, outro herói com teias.

O Banner, também, podia fazer um atirador de teias pro Hulk. Que, obviamente, não ia ter o problema de se machucar chocando-se com prédios e afins.

O Hank Pym, esse escroto, podia se tornar o “Homem-Formiga-Só-Que-Útil”, tendo umas teiazinhas sei lá pra quê.

Ou o professor Xavier podia arranjar alguém pra fazer atiradores de teias para os X-Men. Pensa só: Wolverine com teias de aranha.

Ou Nick Fury podia ter todo mundo da SHIELD com atiradores de teias. Inclusive o Coulson. Seria o melhor personagem do universo Marvel, o Spider-Coulson.

Aqui estão eles, os Aracno-Avengers!

Tô me sentindo o criador do Bane, falando essas merdas.

Enfim, todo mundo teria uma porra dum atirador de teias. Logo, o Spider-man seria só um moleque tonto que sabe balançar por aí.

Depois de todo esse monte de ódio contra o atirador de teias, vamos ao que interessa: os “filmes de origem” do Aranha. Quem não viu The Amazing Spider-man, aí vem spoilers.

No Spider-man de 2002, do Sam Raimi (de agora em diante chamado simplesmente de o Original), eles tiveram a magnífica idéia de sumir com essa bosta e fazer com que ele simples e magicamente disparasse teias dos pulsos. The end.

Afinal de contas, se existe uma aranha geneticamente modificada que deu super-poderes para o Tobey Maguire, ela ter dado um poder a mais não é um problema para a suspensão de descrença. Funcionou.

Agora, no The Amazing Spider-man (de agora em diante chamado de o Reboot), eles resolveram manter a porra do atirador de teias.

Muito bem, antes de continuarmos, vamos voltar a falar de expectativas. Eu tinha certeza que o Reboot ia ser uma pilha de lixo. E não conseguia criar a menor vontade de ver no cinema, pelo menos não mais que “como nerd, tenho que ir, senão estaria traindo a raça”. Só na semana de estréia que fiquei mais animado pra ver, em grande parte por causa do novo Peter Parker, que parecia muito bom nos trailers e naquela aparição na San Diego Comic-con.

Mas o que mais me incomodava era a porra do retorno do atirador de teia. Nossa, como eu tinha certeza que isso ia estragar o filme.

Pois bem, depois de ver o filme, devo dizer que eu gostei bastante dele. Pelo menos, mais do que eu achava que ia gostar. E o grande responsável por isso foi…

O novo Peter Parker.

Esse Andrew Garfield mandou muito bem. Mas não estou aqui para falar dele.

Estou aqui para falar que a porra do atirador de teia não ajudou em merda alguma. Não foi o que estragou o filme (esse mérito vai para o design do Lagarto), mas fodeu forte com a minha suspensão de descrença.

Querem saber como?

Assim:

No Reboot, a criação do químico não é responsabilidade do Peter, provavelmente por que devem ter pensado algo como “acho que o público vai questionar um moleque desses ter inventado o fluído de teia”. Então, deixaram a honra para o pai dele. Mas quem que produz em massa o fluído para nosso amigo da vizinhança?

A OSCORP.

Essa mera CORPORAÇÃO MULTINACIONAL BILHARDÁRIA. Que poderia facilmente fazer (se é que já não faz, sendo essa CORPORAÇÃO MULTINACIONAL BILHARDÁRIA e coisa e tal) um tipo de assinatura química para todos as encomendas de fluído e assim chegar no Aranha no dia seguinte que começam a aparecer bandidos presos em teias.

Sem contar a questão daonde está vindo a grana pra comprar essa porra (porra - fluído de teia - viram o que eu fiz aqui?).

Enfim, eu fiquei pensando nisso assim que apareceu o primeiro pacotinho de fluído na casa dele. Provavelmente vai ser o plot do filme novo com o Duende Verde.

Mas, ei, pelo menos ele voltou a ter o atirador de teias. Ficou mais parecido com a HQ.

De fato. E FICOU PIOR.

CARALHO.

Mesmo que não fosse algo que já é tonto nas HQs, nem sempre é bom trazer um coisa completamente intocada dos quadrinhos para o cinema. Às vezes é importante alguém parar e falar: “sabe, isso não é bom para o filme, vamos limar isso”.

Por isso que tiraram os uniformes da maior parte dos X-Men. Não ia dar pra levar a sério o Hugh Jackman com uniforme amarelo.

Caso alguém queira contestar.

Ah, e antes que alguém me venha com o glorioso e altamente acéfalo argumento de que “então, seguindo sua lógica, o filme do Spirit ou da Liga Extraordinária são bons, já que limaram um monte de coisas para o filme”, vamos falar o seguinte:

Estou falando de ALGUNS elementos. ALGUNS. Não tudo. Que é o que aconteceu nesses filmes. E em outros. Basicamente, só pegaram os nomes dos personagens e fizeram outra coisa, outra história.

O importante é, ao fazer uma adaptação, saber pegar a essência de cada elemento, ou melhor, de cada personagem e de cada evento da história, e então trabalhar a melhor versão da história para a nova mídia que você está adaptando a história.

Qual que é a premissa do Bane, no fundo? Um vilão que compete tanto intelectualmente quanto fisicamente com o Batman. Aliás, um vilão que supera ele.

E é isso que o Nolan e o Hardy fizeram. Aliás, acrescentemos a Thalia Al’Ghul (Marion Cotillard) nessa conta, já que boa parte do plano foi dela.

E qual é a premissa do atirador de teia? Um modo do Spider-man lançar teias e balançar de lá pra cá. Ou seja, NÃO É UM PERSONAGEM. NÃO É UM EVENTO DA HISTÓRIA. O personagem em questão, o Aranha, tá lá. O Aranha não é menos Aranha só porque ele magicamente solta teias automaticamente dos pulsos no Original. Ele é menos Aranha lá porque agora comparamos o Tobey com o Andrew e ficamos espantados de como chegamos a aceitar ele como Peter Parker.

Enfim, tá na hora de acabar com este post, resumindo tudo.

O importante é o propósito do elemento na história. Se você precisa de um vilão que supere o Batman, não deixe a criação nas mãos de um moleque de treze anos que você achou num fliperama em 1992. Se você precisa de um modo para Aranha soltar teias e balançar de prédio em prédio, não crie um ponto sem nó que TODOS precisam ignorar para que o universo funcione.

É tipo a história do cara que nasceu com um pênis no meio da testa. Todo mundo em volta dele fingia que não tinha nada lá, mas tinha. E isso fazia com que ele se sentisse um bosta. Até o momento que ele conseguiu encontrar sua essência e fazer carreira em filmes pornô.

Ou sei lá.

Alguém pensa em outra metáfora, que eu cansei.